O feijão com arroz da tipografia


Helvetica. Há quem ame e, agora, muitos odeiam, mas quem nunca usou? Parece que a tipografia também surfa na onda gourmet, em que o tradicional, simples e comprovadamente funcional não presta mais. Helvetica Sucks, site criado para detonar a fonte, define a Helvetica como “a pior fonte já criada e só amada por designers preguiçosos”.

A polêmica foi parar na Ilustrada da Folha de São Paulo. Interessante que jornais diários brasileiros discutam fundamentos do design gráfico. Quem diria! Mas não sejamos tão rabugentos assim com a base da alimentação de muitas grandes marcas e peças gráficas desde 1957, ano em que a fonte foi criada. A American Airlines, por exemplo, usa a mesma marca, com Helvetica, desde 1966. É a única companhia aérea que não alterou sua identidade visual em mais de 40 anos.




Você pode dizer eu te amo em Helvetica Extra Light

“Você pode dizer eu te amo em Helvetica Extra Light se quiser ser realmente romântico ou em Helvetica Extra Bold, se for intenso e apaixonado. Você também pode dizer eu te odeio em Helvetica. Para Washington, se é que posso colocar assim”. É o que diz o designer Maximo Vignelli em “Helvetica - O filme”. Ele define a vida do designer como uma luta contínua contra a feiúra e admite que costuma usar poucos tipos em seus trabalhos. Se fosse generoso, citaria 12 bons tipos, mas basicamente usa três. Diz que acredita nos bons tipos, mas não acredita que há tantos bons tipos assim. Ele é o que alguns designers de hoje chamam de preguiçoso.



Muitos outros designers contam sobre a história da Helvetica, seus amores e restrições contra a fonte. Vale a pena assistir ao documentário de Gary Hustwit para conhecer o feijão com arroz suíço, criado no meio do movimento modernista do pós guerra. E sem computadores. 

Clique aqui para fazer o download do Helvetica - O filme.


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